segunda-feira, 16 de julho de 2012


FAMÍLIA GOMES

No ano mil oitocentos
E noventa e um, nasceu
O José Gomes de Lima
“Zuza” o apelido seu
Isso, lá em Portugal
Onde o jovem cresceu.

Nem bem amadureceu
E resolveu vir morar
No Nordeste do Brasil
Para a vida começar
No interior de Pernambuco
Resolveu terras comprar.

Quis fazendas instalar
Num lugar muito bonito
Nos municípios de Prata
E São José do Egito
Mundo Novo e Boi Velho
Criou de boi a cabrito.

Ali deu razão ao grito
Que vinha do coração
Trabalhou, criou, plantou
Conheceu um dia então
Maria Isabel dos Anjos
A sua grande paixão.

E lá naquele torrão
Botaram a vida nos trilhos
Nasceu Maria dos Anjos
Dois olhos azuis, dois brilhos
E depois nasceu João
Formando um casal de filhos.

Como não houve empecilhos
Pra gerarem mais meninos
Trabalharam bem à moda
De um bom casal nordestino
E assim nasceu José (Dóia)
Logo depois, Joventino.

Cumpriram com seu destino
Realizando o sonho
De encher a casa de filhos
Depois do seu matrimônio
Por isso nasceu Genésia
E por último Antônio.

E o casal ficou risonho
Com os filhos que Deus lhe deu
Porém, o casal mais novo
Ao seu pai não conheceu
Pois aos 38 anos
O Seu Zuza faleceu.

O fato aconteceu
Ligeiro como um estalo
Justamente no local
Mais fácil de encontrá-lo
Pois seu Zuza era fanático
Por corrida de cavalo.

A morte veio busca-lo
Quando alguém anunciou
Num prado em Mundo Novo
Que o seu cavalo ganhou
A emoção foi tão grande
Que seu Zuza enfartou.

O fato se perpetuou
Quando Dóia decidiu
Construir uma capela
No local, e construiu
Conservou-a até o dia
Em que ele também partiu.

Maria Isabel sentiu
Que muito jovem ficou
Viuva do seu marido
E novamente casou
E a sua mãe Belinha
Foi quem seus filhos criou.

E assim o tempo passou
Quase nada estudaram
Aprenderam ler, escrever
Se profissionalizaram
De motorista a mecânico
Depois todos se casaram.

Os seis filhos procriaram
Sendo 37 netos
Deram a Zuza e Maria
Seus 91 bisnetos
Tataranetos 52
E já são três escanchanetos.

Dos seis filhos, seis afetos
Que Zuza e Isabel gerou
Passemos a ver agora
O que o destino reservou
E como foi que cada um
Nova família formou.

Maria dos Anjos herdou
Os olhos azuis do pai
Conhece Júlio Jordão
E por ele se atrai
Casando-se muito cedo
Viver sua vida vai

Àquele belo rapaz
Oito filhos ela deu
Lá no sítio esperança
Feliz o casal viveu
Ao enterrar sete filhos
Dos Anjos também sofreu.

E o esposo também morreu
Antes da mulher amada
Que só em 2010
Cumprindo a longa jornada
Por Seu Júlio e pelos filhos
No céu foi recepcionada.

Filhos e filha casada
Deram 17 netos
Depois de o tempo passado
Já são 21 bisnetos
E a família continua
Com seus dois tataranetos.

Nasceu sob o mesmo teto
Lá na fazenda Maitá
O João Gomes de Lima
Foi o segundo a chegar
Foi o primeiro filho varão
Que seu Zuza viu chegar

Gostava de trabalhar
E pressa nenhuma tinha
Caprichava nos detalhes
A vida era perfeitinha
Homem sério, pensativo
Ele casou com Zefinha.

Uma mulher bem calminha
Com quem formou a família
Nasceu do belo casal
Quatro filhos e uma filha
Cheios de inteligência
Dos seus pais seguiram a trilha.

De uma bondade que brilha
Seguiram um caminho reto
Estudaram, se doaram
Aos outros tiveram afeto
Deram a João e Zefinha
13 netos e um bisneto.


E agora vamos direto
Falar do filho terceiro
Nasceu José Gomes Filho
Alegrando o povo inteiro
Lá na Fazenda Maitá
Cresceu naquele terreiro.

Bem jovem caminhoneiro
A profissão decidira
Pois quando tinha 10 anos
Do seu pai se despedira
Já rapaz bem afeiçoado
Se encantou por Jacira.

E o cupido que atira
Flecha com arco certeiro
Acertou o casamento           
Que se deu lá em Monteiro
Então foram para Patos
Jacira e seu companheiro.

E como ato primeiro
Dóia tratou de alugar
Uma casa bem ao lado
Pros irmãos ali morar
Ele foi pai e ela mãe
Dos seus irmãos a cuidar.

Ensinou a trabalhar
A dirigir ensinou
Uma caixa de ferramentas
Dóia depois preparou
A Joventino, João e Antônio
A caixa ele entregou.

Mas Dóia também morou
Em Campina Grande e isto
Também merece destaque
Pois escrevendo eu avisto
De Campina a Tabira
A sua linha de Misto.

Foi um homem bem quisto
Gostava de vaquejada
Junto a Vicente Jó
Ele pegava a estrada
Sempre fazia alegria
Da sua família amada.

A descendência formada
De quatro filhos corretos
Que casaram depois
Lhe deram 14 netos
Do amor de Dóia e Jacira
Descendem já 10 bisnetos.

O pai e a mãe inquietos
Tiveram o quarto filho
Joventino Gomes de Lima
Que seguiu Dóia no trilho
Casou com a irmã de Jacira
Lucila foi o seu brilho.

Fez do trabalho o gatilho
Para o seu alvo acertar
Defeito em automóvel
Era um mestre a consertar
Responsável, sério, honesto
E fiel ao seu lar.

Sempre soube conquistar
O respeito do cliente
Em qualquer trabalho seu
A honestidade ia à frente
Com Lucila ele formou
Uma família descente.

Toda a vida residente
Em Patos, na Rua do Prado
Joventino deu exemplo
E transmitiu seu recado
Trabalho e honestidade
Foi o seu maior legado.

Por ser um homem centrado
Foi sempre um pai consciente
Como esposo, irmão, amigo
Ele não foi diferente
Quem conheceu Joventino
Agradece a Deus, contente.

Formam os seus descendentes
Sete filhos bem fiéis
E também 16 netos
Que, cumprindo seus papéis
Casaram e procriaram
E bisnetos já são dez.

Zuza e Isabel ao invés
De na vida se aquietar
Quiseram encher de menino
Sua fazenda Maitá
Genésia, a segunda filha
Se alegraram ao ver chegar.

Nunca pôde se lembrar
Do seu pai, pois o perdeu
Ainda muito pequena
Quando ele faleceu
Foi criada pela avó
Dona Belinha a acolheu.

O destino que Deus lhe deu
Mesmo tímida e calada
Foi conhecer Chico Lopes
Se viu logo apaixonada
E pouco tempo depois
Estava noiva e casada.

Fizeram a sua morada
Lá no sítio Esperança
Encheram a casa de filhos
Pois gostavam de criança
Dona Severina, a sogra
Gostava de uma festança.

Todos trazem na lembrança
Uma quadrilha junina
E o famoso xerém
O de Dona Severina
Tocava Biu de Biano
Na sanfona nordestina.

Essa quadrilha junina
Era Dóia que marcava
Na sala da casa a festa
Animada começava
No terreiro, ao redor
Da fogueira terminava.

E só quando o sol chegava
Com seus raios reluzentes
Era que a festa acabava
Com café pra toda gente
Dona Severina vinha
Com o xerém gostoso e quente.

De Genésia, os descendentes
Sete filhos que vieram
Casaram, multiplicaram
E 20 netos lhe deram
Bisnetos são 23
E assim eles proliferam.

Mas nordestinos não esperam
Nem um filho desmamar
Quebrando logo o resguardo
A mulher torna a emprenhar
Assim seu Zuza e Isabel
Começaram a trabalhar.

E o caçula viram chegar
Uma criança tão bela
Antônio cresceu vistoso
Conheceu uma donzela
Na terra das Espinharas
Rita era o nome dela.

Se apaixonou por ela
E a pediu em casamento
O sogro logo aprovou
E lhe deu consentimento
Deus tinha para Antônio e Rita
Um belíssimo intento.

Mostrar seu ensinamento
Que o amor nunca acabava
Ele muito apaixonado
Por “Rosa” sempre a tratava
E “Rosa” era o pseudônimo
Pelo qual ele a chamava.

E assim o tempo passava
Os filhos foram nascendo
“Rosa” em “Rosa” se apoiando
Com a vida aprendendo
E no jardim de Antônio e Rita
Muitas Rosas florescendo.

E os filhos foram crescendo
Debaixo do mesmo teto
Sob o olhar de Antônio
A ensiná-los o correto
E assim formou-se a família
Seis filhos e 11 netos.

E eu fiquei muito inquieto
Ao virem me convidar
Pra história dessa família
Em versos tentar contar
Depois de uma história desta
Fico imaginando a festa
Da família ao se encontrar.

Corra... Vá se arrumar
Homem, mulher e criança
O Encontro da Família Gomes
Vai ser aquela festança
Vai ser lá em Itapetim
Lá no sítio Esperança.